sábado, 28 de janeiro de 2012

Crise na Polícia Civil? Que nada, a crise está na sociedade.


Que forma branda de nomear o que vem acontecendo nas policias de todo país. Será realmente que isso só vem acontecendo na polícia civil aqui de Curitiba? Na ultima quinta-feira policiais encapuzados invadiram uma mansão no bairro Parolin por volta das 23 horas. Nesta mansão, estavam aproximadamente 40 pessoas que jogavam em maquinas caça-níqueis e bebiam. Há indícios que esta mansão também funcionava como casa de prostituição. Até ai tudo certo, o problema é que estes policiais realizaram esta operação sem a presença de nenhum delegado. O mais interessante é que um agente contou que um álbum com fotos de políticos do alto escalão e de empresários paranaenses foi encontrado. Para terminar a operação, os agentes precisavam que o material apreendido e as pessoas pegas em flagrante fossem levados para um distrito policial, o curioso é que órgãos como o Ciac e Cope se negaram a assumir o flagrante. O promotor de justiça Leonir Battisti acordado de madrugada informou a um dos agentes: “quanto à apreensão os policiais estavam acobertados pela legalidade, logo não precisavam da presença de um delegado. Agora quanto à deflagração da operação, é uma questão interna da policia civil.” Apenas as 9 da manha um delegado do segundo distrito chegou para tomar providenciar e apreender o material e apenas 8 policiais ainda se faziam presentes. Um investigador de policia em entrevista ao jornal Gazeta do Povo diz que outras operações como esta ponderam acontecer.
É incrível como pouco foi divulgado nos telejornais sobre tal operação. Após ler a matéria no jornal tenho clara a ideia de que a operação clandestina é uma forma de pressionar os políticos em torno da regulação da Emenda 29 à Constituição do Paraná. É hora de fazermos uma reflexão sobre o que vem acontecendo a nossa volta e muito perto de nós. É principalmente, é momento para que a sociedade civil comece a demostrar indignação com questões que realmente importam, ao invés de polemizar assuntos como: “A Luiza que voltou do Canadá” ou “O possível estuprador do BBB”. Resumidamente: policiais indignados querendo que as reivindicações da sua classe sejam atendidas e votadas pelos políticos, invadem um lugar de jogo e prostituição que teoricamente ninguém pode mexer (pois este lugar era frequentado por políticos e empresários influentes). O fato é pouco divulgado na mídia, pois estão tentando abafar o caso. Simples assim. Por que isso não é motivo de divulgação no Facebook, no Twitter? Por que as pessoas comentam e polemizam banalidades ao invés de discutirmos esta situação. Quem esta certo, os policiais que mexeram no vespeiro? A mídia pouco esta falando sobre o caso? Ou será que somos nós os maiores culpados por não nos indignarmos mais com um acontecimento da natureza.
Não canso de escutar das pessoas, “Angela: você acha que vai mudar alguma coisa?” É broxante um comentário como este, mas não deixa de ter sua razão. As pessoas estão cansadas e acostumadas com esse tipo de coisa. Nada de historia do beija-flor com aquele papo de que “eu estou fazendo a minha parte”, nada disso! Precisamos convencer as pessoas. Não tenta-las convencer de que esta ou aquela ideia é certa ou errada, ou se fulano ou ciclano tem razão, precisamos convencer as pessoas a pensar e a discutir assuntos que fazem parte da sua realidade de verdade e não uma realidade banal e virtual como a da Luiza e a do Big Brother. Fatos como estes que aconteceram nesta quinta-feira deveriam virar motivo de discussão nos bares, nas redes sociais, nos programas de TV. Quantas perguntas podem ser feitas: Os policias estavam certos ou eles apenas estão fazendo seu papel invadindo lugares ate então intocáveis com o único objetivo de pressionar os políticos? E como nós podemos pressionar as autoridades? É com estas e tantas inúmeras interrogações que podemos dar inicio a diversas discussões. Discussões que realmente vão interferir na nossa realidade.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012