Que forma branda de nomear o
que vem acontecendo nas policias de todo país. Será realmente que isso só vem
acontecendo na polícia civil aqui de Curitiba? Na ultima quinta-feira policiais
encapuzados invadiram uma mansão no bairro Parolin por volta das 23 horas. Nesta
mansão, estavam aproximadamente 40 pessoas que jogavam em maquinas caça-níqueis
e bebiam. Há indícios que esta mansão também funcionava como casa de prostituição.
Até ai tudo certo, o problema é que estes policiais realizaram esta operação sem
a presença de nenhum delegado. O mais interessante é que um agente contou que
um álbum com fotos de políticos do alto escalão e de empresários paranaenses
foi encontrado. Para terminar a operação, os agentes precisavam que o material
apreendido e as pessoas pegas em flagrante fossem levados para um distrito
policial, o curioso é que órgãos como o Ciac e Cope se negaram a assumir o
flagrante. O promotor de justiça Leonir
Battisti acordado de madrugada informou a um dos agentes: “quanto à apreensão os policiais estavam
acobertados pela legalidade, logo não precisavam da presença de um delegado. Agora
quanto à deflagração da operação, é uma questão interna da policia civil.” Apenas
as 9 da manha um delegado do segundo distrito chegou para tomar providenciar e
apreender o material e apenas 8 policiais ainda se faziam presentes. Um investigador
de policia em entrevista ao jornal Gazeta do Povo diz que outras operações como
esta ponderam acontecer.
É incrível como pouco foi
divulgado nos telejornais sobre tal operação. Após ler a matéria no jornal
tenho clara a ideia de que a operação clandestina é uma forma de pressionar os políticos
em torno da regulação da Emenda 29 à Constituição do Paraná. É hora de fazermos
uma reflexão sobre o que vem acontecendo a nossa volta e muito perto de nós. É principalmente,
é momento para que a sociedade civil comece a demostrar indignação com questões
que realmente importam, ao invés de polemizar assuntos como: “A Luiza que
voltou do Canadá” ou “O possível estuprador do BBB”. Resumidamente: policiais
indignados querendo que as reivindicações da sua classe sejam atendidas e
votadas pelos políticos, invadem um lugar de jogo e prostituição que
teoricamente ninguém pode mexer (pois este lugar era frequentado por políticos
e empresários influentes). O fato é pouco divulgado na mídia, pois estão tentando
abafar o caso. Simples assim. Por que isso não é motivo de divulgação no
Facebook, no Twitter? Por que as pessoas comentam e polemizam banalidades ao invés
de discutirmos esta situação. Quem esta certo, os policiais que mexeram no vespeiro?
A mídia pouco esta falando sobre o caso? Ou será que somos nós os maiores
culpados por não nos indignarmos mais com um acontecimento da natureza.
Não canso de escutar das
pessoas, “Angela: você acha que vai mudar alguma coisa?” É broxante um comentário
como este, mas não deixa de ter sua razão. As pessoas estão cansadas e
acostumadas com esse tipo de coisa. Nada de historia do beija-flor com aquele
papo de que “eu estou fazendo a minha parte”, nada disso! Precisamos convencer
as pessoas. Não tenta-las convencer de que esta ou aquela ideia é certa ou
errada, ou se fulano ou ciclano tem razão, precisamos convencer as pessoas a
pensar e a discutir assuntos que fazem parte da sua realidade de verdade e não uma
realidade banal e virtual como a da Luiza e a do Big Brother. Fatos como estes
que aconteceram nesta quinta-feira deveriam virar motivo de discussão nos
bares, nas redes sociais, nos programas de TV. Quantas perguntas podem ser
feitas: Os policias estavam certos ou eles apenas estão fazendo seu papel
invadindo lugares ate então intocáveis com o único objetivo de pressionar os políticos?
E como nós podemos pressionar as autoridades? É com estas e tantas inúmeras interrogações
que podemos dar inicio a diversas discussões. Discussões que realmente vão
interferir na nossa realidade.
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